EVELYN DE MORGAN

EVELYN DE MORGAN

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

HERBERTO HELDER

Então acordo de dentro e, lembrando, fico

de lado. E ouço correr, levando

grandiosos lenços contra a noite com estrelas

batendo nas patas

como magnólias pensando, abertas, correndo.

Ouço de lado: é o som. São elas, lembrando

de lado, com as patas

no meio das letras, o rosto sufocado

correndo pelas portas grandiosas, as crinas

brancas batendo.

E eu ouço: é o som delas

com as patas negras, com as magnólias negras

contra a noite.


Correndo, lembrando, batendo.


( HERBERTO HELDER )

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