EVELYN DE MORGAN

EVELYN DE MORGAN

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

CECÍLIA MEIRELES

Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.

Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.

Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.

Ás vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa.

Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.

E eu me sinto completamente feliz.

Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,

que estão diante de cada janela, uns dizem

que essas coisas não existem,

outros que só existem diante das minhas janelas,

e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar,

para poder vê-las assim.



(CECILIA MEIRELES)

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