O amor não pára de preparar seu próprio desaparecimento,
de figurar sua ruptura. Assim é no amor como na morte.
Do mesmo modo que imaginamos estar ainda vivos para ver
cara que farão aqueles que nos perderam, também imaginamos
estar ainda suficientemente apaixonados para gozar a tristeza
daquele que mais amamos. É bem verdade que repetimos nossos
amores passados, mas é verdade que nosso amor atual, em toda
a sua vivacidade, "ensaia" o momento da ruptura ou antecipa
seu próprio fim. Nesse ensaio de um desfecho sofremos de
antemão, sem esquecer uma só, todas as dores de uma ruptura
que em outros momentos julgamos poder evitar.
MARCEL PROUST
EVELYN DE MORGAN
segunda-feira, 31 de março de 2008
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