EVELYN DE MORGAN

EVELYN DE MORGAN

segunda-feira, 31 de março de 2008

MARCEL PROUST

O amor não pára de preparar seu próprio desaparecimento,

de figurar sua ruptura. Assim é no amor como na morte.

Do mesmo modo que imaginamos estar ainda vivos para ver

cara que farão aqueles que nos perderam, também imaginamos

estar ainda suficientemente apaixonados para gozar a tristeza

daquele que mais amamos. É bem verdade que repetimos nossos

amores passados, mas é verdade que nosso amor atual, em toda

a sua vivacidade, "ensaia" o momento da ruptura ou antecipa

seu próprio fim. Nesse ensaio de um desfecho sofremos de

antemão, sem esquecer uma só, todas as dores de uma ruptura

que em outros momentos julgamos poder evitar.




MARCEL PROUST

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