EVELYN DE MORGAN

EVELYN DE MORGAN

terça-feira, 11 de setembro de 2007

JORGE LUÍS BORGES

Já somos o esquecimento que seremos,

A poeira elementar que nos ignora,

Que não foi Adão e que é agora

Todos os homens.

Somos apenas duas metades:

A do princípio e a do término.

Não sou o insensato que se aferra

Ao mágico som de seu próprio nome.

Penso com esperança naquele homem que

Não saberá o que fui sobre a terra.

Abaixo do indiferente azul do céu,

Esta meditação é um consolo.



(JORGE LUÍS BORGES)

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