A PAISAGEM
O horizonte, sobrelinhado com acentos vaporosos,
parece escrito em pequenos caracteres, com tinta
mais ou menos pálida segundo os jogos de luz.
Do que está mais próximo, não usufruo mais
do que como de um quadro,
Do que está ainda mais próximo, do que como
de esculturas, ou arquiteturas,
A seguir, da própria realidade das coisas a meus pés,
como de alimentos, com uma sensação de verdadeira indigestão,
Até que finalmente em meu corpo tudo se engolfa e levanta vôo
pela cabeça, como que por chaminé que
desembocasse em pleno céu.
FRANCIS PONGE
EVELYN DE MORGAN
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
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