EVELYN DE MORGAN

EVELYN DE MORGAN

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

O TEMPO

Viver preso ao passado pode ser uma forma

dolorosa de povoar o presente de rancores e

mágoas. Assim como instalar-se idilicamente no

futuro, é viver sobre hipóteses provavelmente

irrealizáveis. Então por quê não aprendemos a

viver no presente? Talvez porque viver no presente

exija concentração e somos dispersivos. Ou talvez

porque para viver o presente teríamos que ser

racionais e práticos, e somos afetivos e nostálgicos.

O presente nos intimida porque temos que ser

rápidos, temos que efetuar escolhas, apostar,

correr riscos... O que se viveu pode nos ajudar,

como também pode nos confundir nas decisões

presentes. O futuro não existe como tempo: não

passa de um ponto de interrogação contemplando

as reticências do passado. Quem sabe não seja por

causa de tudo isso que não saibamos viver com

alegria o tempo presente... O presente é o tempo

definitivo, onde se realizam as escolhas, que serão

ao mesmo tempo passado e futuro. O presente é

a nossa tragédia.

YEDRA

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