EVELYN DE MORGAN

EVELYN DE MORGAN

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O AMOR

Todo amor é amor a alguma coisa, que se deseja e que

nos falta. O amor não é completude, mas incompletude.

Não fusão, mas busca. O amor é desejo, e desejo é falta.

Mas só há desejo se a falta é percebida. E só há amor se

o desejo se polariza sobre determinado objeto. Comer

porque se tem fome é uma coisa, gostar do que se come,

ou comer do que se gosta, é outra coisa. Desejar uma

mulher, qualquer uma, é uma coisa. Desejar " esta mulher",

é outra. Estaríamos apaixonados, no entanto, se desejássemos,

de uma maneira ou de outra, aquele ou aquela que amamos?

Sem dúvida não. Se nem todo desejo é amor, todo amor é

desejo.


(ANDRÉ COMTE SPONVILLE)

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