EVELYN DE MORGAN

EVELYN DE MORGAN

sexta-feira, 4 de julho de 2008

HENRI BERGSON

Nossa liberdade, nos próprios movimentos pelos

quais ela se afirma, cria os hábitos nascentes que

a sufocarão se ela não se renovar por um esforço

constante: o automatismo a espreita. O pensamento

mais vivo se congelará na fórmula que o exprime.

A palavra volta-se contra a idéia. A letra mata o

espírito. E nosso mais ardente entusiasmo, quando

se exterioriza em ação, cristaliza-se às vezes tão

naturalmente em frio cálculo de interesse ou vaidade,

e um adota tão facilmente a forma do outro, que até

poderíamos confundi-los, duvidar de nossa

sinceridade, negar a bondade e o amor, se não

soubéssemos que a morte conserva ainda por

algum tempo vestígios do ser vivo.

A vida em geral é a própria mobilidade.


HENRI BERGSON

NIETZSCHE

Aquele que muito aprende esquece todos os

desejos impetuosos. O espírito é um estômago

revolto. A vida é um manancial de alegria!

Mas para quem deixa o estômago sobrecarregado

falar da tristeza, todos os mananciais estão

envenenados.

Conhecer é um prazer para quem tem uma

vontade de leão. Mas o que cansou, deixa todas

as ondas brincarem com ele. Dessa maneira agem

todos os fracos: perdem-se no caminho.

A vontade liberta, porque a liberdade é criadora.

Precisais aprender só para criar.


NIETZSCHE

NIETZSCHE

A nossa senda é para o alto: da espécie à espécie

superior; mas a razão que deprava, a razão que

diz: Tudo para mim, me assombra.

O nosso sentido alça vôo para o alto, assim o

emblema do nosso corpo é emblema de uma

elevação. Os emblemas dessas elevações são

os nomes das virtudes.

Assim, o corpo atravessa a história, lutando e

elevando-se. E o espírito que é para o corpo?

É o mensageiro das suas lutas e vitórias, o seu

companheiro e o seu eco.


NIETZSCHE

A CRIATIVIDADE

A criatividade acontece num momento de

encontro. A grandeza de uma obra, seja um

poema ou um quadro, não está no fato de

representar uma coisa observada, mas sim

de representar a visão do artista ou do poeta,

que surgiu do seu encontro com a realidade.

E o momento deste encontro não é resultado

de uma espera passiva, mas exige concentração

e receptividade. As pessoas criativas distinguem-se

pelo fato de serem capazes de viver com a ansiedade.

Elas não fogem, batem à porta do silêncio à espera

da resposta das palavras, perseguem a ausência

de sentido e a obrigam a significar. O encontro

com a realidade que se transfigura em arte requer

uma qualidade de compromisso especial e um alto

grau de paixão.


YEDRA